sábado, 10 de janeiro de 2009

Deusa da luz: a Tara radiante

O budismo tibetano apresenta múltiplas facetas derivadas da divindade nao-dual. A que chamamos de Buda é uma delas e tem tambem, por sua vez, diversas manifestacoes. Buda é uma individualidade que passou por diversos cíclos evolutivos e atingiu a iluminacao ou o Nirvana, usando a terminologia deles. Um desses cíclos é chamado de Bodisathva que é uma entidade já muito evoluida e atua no mundo material especialmente como mestre, mostrando a quem procura, o caminho no qual ele mesmo se encontra e que vai dar no Nirvana, transformando-o num Buda que se tornou uno com a divindade nao-dual atravéz da iluminacao.
Para nós terráqueos podermos entender os princípios dessa evolucao espiritual, foram criadas pelos mestres, através das artes, mandálas, mantras e imagens como esta da Tara radiante. Esses artifícios pedagógicos auxilíam como guias que mostram o caminho da realidade pluralizada à realidade nao-dual. No cristianismo temos tambem imagens como a dos anjos e o próprio Cristo como entidade que manifesta o Pai, a divindade nao-dual.
A Tara radiante nao é um ser com cabelos e roupas mas uma energia ou qualidade pela qual a divindade age. Um dos canais, podemos dizer ou uma ponte que liga o espiritual que vive na terra com a fonte criadora do universo. Na tradicao tibetana ela emana luz que clareia o caminho através da nossa natureza que produz sombras e que por isso nossos sentidos sao embotados quando arrogância, ignorância, ódio, inveja, enganos, avareza, cobica e dúvidas fazem com que percamos a trilha que nos leva a evoluir. Como nesse sentido temos a tarefa de exercitar o livre-arbítrio, podemos escolher se é isso mesmo que queremos e caso seja, tem essas "placas" que nos dao a indicacacao para encontrarmos esse rumo. Tem outras "placas" e caminhos, importante é saber lê-las para discernir melhor sobre a decisao que queremos tomar. "Ler" essas placas imaginativas passa por um processo de meditacao concentrado no coracao, bem diferente da leitura pelo intelecto que aprendemos a dominar na escola e que nos dá liberdade de ir e vir no mundo físico da diversidade. Se quizermos ampliar nossos horizontes e atuar conscientemente em nossa evolucao que reconhece realidade nao-dual, é preciso exercitar a capacidade de meditar. A Tara é uma das inúmeras ajudas a disposicao, para trilhar, iluminando com consciência esse caminho.

Essa foi uma pequena introducao enquanto o sol se erguia dourado no horizonte e a lua cheíssima se deitava tambem dourada do lado oposto. O ouro é a substância que religa. Mas esse é outro capítulo que nos liga a esse tema. Fica prá próxima!

2 comentários:

Sacripanta disse...

Olá Sonia! O que significa essa não dualidade budista?

soniah disse...

resposta segue em breve