terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Eu nao sou o que penso ser

YO NO SOY YO.
Soy este
que va a mi lado sin yo verlo;
que, a veces, voy a ver,
y que, a veces, olvido.
El que calla, sereno, cuando hablo,
el que perdona, dulce, cuando odio,
el que pasea por donde no estoy,
el que quedará en pié cuando yo muera.
Juan Ramon Jiménez

Eu sou aquele que pensa centrado no coracao, aquele que age sem pensar, que cai e se levanta. Enquanto penso só com a cabeca, existo na realidade efêmera da materialidade: Maia, ilusao que tem sempre um fim.
Eu sou parte daquilo que nao tem fim, que brilha por detrás de tudo que lanca sombras. Uso aquilo, que pensas seres tu, como veículo que me permite vivenciar e aprender as licoes que a natureza e a cultura da existência finita e do livre arbítrio me proporcionam. E minha luz brilha e cresce no meio dessas trevas, mas as trevas nao compreendem a nao ser que algo se quebre, ou se parta, ou exploda para que meu eu eterno possa vir a tona. Esse algo é aquele ser que pensamos ser, mas nao somos. Acirrada e dura se torna entao a luta entre o que penso ser e o que eu sou. Na cabeca me encontro mas estou só e aprisionado. Agindo aonde o coracao me leva, posso vislumbrar a luz do que eu sou a cada encontro. Mas atencao! esse caminho nao costuma ser nada agradável.
Por outro lado, é só no escuro que podemos ver as estrelas.

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